Saturday, May 19, 2012

Dois milhões nas ruas em defesa da Síria



Imagens que as televisões ocidentais se recusam emitir. O povo sírio está a responder à invenção de uma "revolução democrática" que não existe. Ontem, em tudo o país, dois milhões de pessoas e, sobretudo, a minoria cristã, respaldaram o programa de reformas do Chefe de Estado e repudiaram a ingerência da plutocracia internacional; em suma, travar o passo às várias MOODY'S que se movimentam pelo mundo em busca de lucro.
A questão é a seguinte: o regime tem feito um esforço enorme em planear e aplicar reformas políticas profundas e os resultados são auspiciosos. A lei de imprensa, de associação e até a possibilidade de contestar decisões dos tribunais deu passos significativos. O número de presos de consciência foi reduzido a um décimo do que era há três anos. Foram libertadas centenas de pessoas e o governo pediu desculpas públicas por abusos cometidos durante a governação do pai Hassad. Alguma oposição democrática jamais foi perseguida e foram criadas leis tendentes a aceitar associações políticas independentes e, até, uma tímida aceitação de democracia representativa. Quando tudo estava encaminhado e quando a Síria iniciava realinhamento internacional, explodem as manifestações. Ora, alguns dos grupos que se têm manifestado são claramente fundamentalistas e pedem uma "revolução islâmica", a instauração da sharia e a proibição da liberdade religiosa. A vaga de crimes contra cristãos tornou-se, como no Egipto, uma realidade e contam-se por milhares os crimes de sangue contra a elite cultural e administrativa. Há, entre os manifestantes pró-democracia, gente muito válida e decente, com as quais o regime está em permanente contacto, mas a maioria da oposição quer precipitar o país no caos. Ali há, notoriamente, mão estrangeira.