Saturday, May 19, 2012

O Presépio sem plutocracia e a revolução maneta


Uma operação obrigou-me a ficar em casa na noite da consoada. Na tarde de quinta-feira, fui-me despedir dos meus pais e ali estive por duas horas até seguir para o hospital. Na sala de visitas, um presépio como deve ser: a Sagrada Família, mais os Reis Magos e uns quantos animais em adoração ao Rei dos homens. Nem vestígios desse velho indecente e plutocrático que dá pelo nome de Pai Natal. Deveriam chamar-lhe o grande parasita, o tentador das crianças, o grande mentiroso ou, tão só, a colossal mentira. São bonecos em madeira do século XVIII que a minha mãe restaurou, restituindo-lhes o ouro e a prata.


Lá fora, no centro do lago dos peixes vermelhos - já são mais de uma centena, fazendo jus ao mais retinto malthusianismo - uma estatueta soviética dos anos 20, exaltação da tal revolução que precipitou a velha Rússia no caos e abriu portas a uma besta de duas pernas que cometeu a proeza de multiplicar por seis ou por sete os sofrimentos que Hitler conseguiu realizar contra o seu próprio povo, mais os outros povos, sem discriminação étnica, religiosa e geográfica. Três mundos distintos: o comunismo, a sua prima, a Plutocracia e a religião. O Natal lembra tudo isso. Observei com maior atenção essa alegoria aos amanhãs cantantes e reparei que à ditosa exterminadora falta o braço que empunha o martelo. A revolução maneta, o melhor que se pode oferecer aos povos sobre os quais pode cair tal flagelo. Neste mundo tudo é simbólico. Antes assim !