Saturday, May 19, 2012

The Portuguese-Siamese Treaty of 1820


Chegaram-me ontem às mãos os primeiros exemplares de um pequeno trabalho de minha autoria que se publica por ocasião do início formal das comemorações dos 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia, efeméride que ao longo do ano será lembrada em Lisboa e Banguecoque pelos governos dos dois países. Publicado pelo Instituto do Oriente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, exibindo a chancela do Ministério dos Negócios Estrangeiros/Missão Comemorações Ásia, conta com introdução do Professor António Vasconcelos de Saldanha, o mais respeitado dos académicos portugueses em estudos sobre as relações luso-asiáticas no período contemporâneo.

Não quero fazer de juiz em causa própria. A outros caberá ler e criticar a perspectiva oferecida, mas penso que este livro abre uma frente "revisionista" na abordagem do lugar pioneiro de Portugal na implantação do modelo de negociação e redacção de tratados com potências do Sudeste-Asiático.

Dizia há tempos o Primeiro-Ministro que a cada português cabe, neste momento grave, arregaçar mangas e fazer o que puder pelo país. Ora, como funcionário do Estado, limitei-me a cumprir o meu dever. A este livro, outro - volumoso e exaustivo - se seguirá, talvez ainda no decurso do ano que corre. Tratará das relações luso-tailandesas entre 1782 e 1939 e terá por título The Portuguese-Siamese Relations in Rattanakosin Period, produto da investigação de três anos que realizei em Banguecoque com bolsa em boa hora concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Na capa que ofereço à vossa apreciação, uma bela ilustração miniatural de autoria do meu irmão Nuno. Todo este trabalho correu sem honorários para qualquer dos intervenientes, provando que as pessoas também agem motivadas pelo interesse nacional quando se lhes incute a defesa das nossas coisas, do nosso nome e do nosso orgulho. Publicado em inglês, servirá para esclarecer e revelar aos investigadores e interessados a riqueza do manancial documental português sobre a Ásia, contribuindo para acabar de vez com a invisibilidade de Portugal nesta área de estudos.