Saturday, May 19, 2012

A culpa a seu dono


Os empresários portugueses não podem fazer melhor. No conjunto das economias recessivas das "democraias do sul", Portugal cresceu percentualmente no período homólogo de Outubro de 2009 a Outubro 2010 sete vezes mais que a Espanha e três vezes mais que a Itália, distanciando-se da Grécia, em plena débâcle regressiva, com 4.5% negativos. As exportações subiram, o volume de encomendas em agenda prevê que a tendência do saldo comercial externo continue a progredir favoravelmente, empurrando a projecção do crescimento de 2011 para 1.3%. Em suma, se não tivessemos um Estado despesista, se acabassem com a via láctea de institutos, fundações, empresas fornecedoras de serviços ao Estado, se os 300 concelhos fossem 100, se as 3000 juntas de feguesia fossem 1000, se o parlamento não tivesse 230 deputados, mas 100, se o governo decretasse o fim das escandalosas reformas de 7000 e 8000 Euros distribuídos por amigos do regime, se fossem denunciados contratos verdadeiramente pornográficos atribuídos a apparatchik nos bancos, nas EDP's e TAP's, se não tivessemos 200 almirantes e 200 generais para umas forças armadas privadas de tudo o que faz um exército e uma marinha dignas desse nome. A culpa não é nem dos portugueses, nem dos empresários. Não é, também, da tão falada "crise que veio de fora", como há dias o sempre ligeiro Mário Soares quis fazer crer. A crise coincide com a dimenão do devorismo, da inconsciência criminosa de tantos funcionários políticos que nunca produziram o que quer que fosse, nunca tiveram emprego certo que e nunca teriam a mínima oportunidade num mercado de trabalho competitivo.

Como não somos derrotistas, ainda acreditamos que a recente descoberta da Ásia pelo nosso Primeiro-Ministro lhe permita abrir os olhos e aplicar, com mão dura, as soluções do futuro.