Saturday, May 19, 2012

Revoluções, rebeliões e arruaças


O mito das primaveras dos povos está em baixa. As revoluções, agora, não passam de arruaças bem pagas, bem orquestradas, cronometradas de acordo com as horas de maior consumo de notícias. Quem as faz ? Os muito ricos, os que querem entrar na esfera do poder, mais os patrocinadores de causas justas; aqueles que não querendo revoluções nos seus países as exportam para queimar a excitação do frémito destruidor noutras paragens. É claro, notório, indiscutível, que a "revolução egípcia" já era. Só não vê quem não quer. Mubarak ficou, os EUA cometeram um erro de avaliação, a Europa portou-se, mais uma vez, como a grande iludida a querer dar lições de moral às quais já ninguém dá a mínima relevância. Quem ganhou? Mubarak. Não teve medo, não viu a CNN, não se deixou impressionar pelas marcha do "milhão" que afinal foram 100.000 (num país de 80 milhões). Desta revolução que não o foi ficou a grande carga de camelos e cavalos dos guias das pirâmides - a verdadeira classe trabalhadora - que farta de ver os meninos das universidades e da burguesia a brincar às bravatas, mais os acicatadores dos milionários caprichos, quis exercitar a chibata.
É notório que se realizou a união táctica das três maiores forças do tempo presente: a plutoctacia (venha mais dinheiro), o novi-comunismo que tem vergonha do seu nome e essa vaga de fundo de pobreza de espírito que dá pelo nome de causas justas, onde cabe tudo o que rime com balbúrdia.