
Tem todos os condimentos para ocupar um nicho no templo das venerações contemporâneas: é judeu, filho e neto de líderes do Grande Oriente, foi comunista e fundador da tendência Socialisme et judaïsme do PS. Acresce que é tremendamente rico. Caiu em desgraça por um desses pecadilhos que na Europa seriam motivo para aplauso machista à volta da mesa do café da esplanada ou de furioso virar de costas das exaltadas do "género". Um único senão. Por que raio se iria meter o Presidente do FMI com uma criada de quarto, no seu próprio hotel ? Sem dúvida, coisas da andropausa.
Foi na América, a Meca dos negócios e da religião descartável, de Madoff, Al Capone, Charles Manson e Las Vegas, mas também dos processos de bruxas em Salem e das muitas Great American Inquisitions, de J. Edgar Hoover ao cruzadismo atómico de Truman, do bombardeirismo à Nixon às invasões inopinadas por "razões de sapatos" e armas escondidas que DSK iniciou a via crucis. A América só é séria no acessório e descuida o essencial. O que é importante, não conta. O que não é importante, é matéria de fogos. Um povo sem dúvida inferior, uma cultura que não o é; tudo excessivo, logo, tudo insignificante. Todos os dias se vai aprendendo com essa réplica em cartão dos velhos impérios.
Diz-se que DSK tentou há anos violar uma certa Piroska Nagy ? Mas que homem que se preze tentará assediar uma fulana com tal nome ? O que surge como evidente é que a França está a milímetros de fazer a vénia ao "género" e dar a presidência a Marine Le Pen, que seria o segundo presidente de Extrema-Direita da V República após de Gaulle.