Não me interessa saber se são de esquerda ou de direita, matéria irrelevante, mas custa-me que gente desta ande à solta e impunemente vá partindo peça a peça as últimas chávenas de chá do serviço de uma casa que foi, em tempos não muito recuados, modelo de uma digna e discreta elegância. Sei que o estilo da licenciada Caeiro pegou e que todos somos responsáveis pelo triunfo do desbragamento, do reles e do atrevimento, com mais ou menos madeixas de louro-falso, com mais ou menos botoezinhos à almirante e uns tiques de parvenue à mistura. Aliás - lá está o Miguel a dizer inconveniências - eu já tinha dito que a Direita tem o grande inconveniente de não ler, ser quase analfabeta. Agora, caiu nisto. Perdeu a educação, a última coisa que ainda tinha. A licenciada Caeiro deitou ontem por terra o estado de graça em que vivia o governo. Vá-se despir !
Paulo Portas que tome medidas, mande a licenciada Teresa para retiro no convento de Viseu - como a Teresa Albuquerque do Amor de Perdição, que essa, pelo menos foi homiziada por amor - e deixe o governo trabalhar.
Eu sei que estou a pregar no deserto. O tempo dos cavalheiros (e das "cavalheiras", para fazer a graça ao género) é coisa bíblica. As pessoas ainda não compreenderam que a massa entrou porta adentro e no futuro vai ser tudo assim, até ao fim da democracia. Acabou a era do debate e entramos na era do tabefe, da agressão gratuita e do rasca, madeixas de louro-falso incluindo. Não é pelo facto de um homenzinho aparecer em pleno verão de fato pistacho ou uma fulana se mascarar de boneca que se faz uma vida política a brincar à inglesa. É preciso mais, muito mais.