
Uma boa notícia. Pedro Santana Lopes parece que vai ser Provedor da Santa Casa. É justo. Por mais mal que dele se diga - eterna consolação dos doentes de espírito, os despeitados - Santana Lopes é atípico no cenário político nativo. Não é carreirista nem lhe caem os parentes na lama: já foi presidente de tudo o que podia ser e querer e aceita os cargos com humildade, sendo tão dedicado aos postos, sejam estes o de Secretário de Estado da Cultura, Primeiro-Ministro ou simples vereador da CML (depois de ter sido Presidente da Câmara). Tenho uma amiga figueirense que se lembra de ver PSL em todas as aldeias e lugarejos falando com os moradores, questionando-os sobre a torneira que faltava, a ligação à luz da rede camarária, recebendo doentes e idosos com a mesma lhaneza com que recebia ministros e empresários.
A generalidade das figuras públicas portuguesas são macambúzias, afectadas, distantes, secas e tolas. PSL não faz o número: é aberto, afectivo, não diz mal nem se enrola com lóbis, lóbinhos e lóbizecos, é bem educado - coisa rara num país que se tornou rasca e cruel - e gosta da vida. Estamos fartos de ser [mal] governados por gente insignificante, má, mesquinha e venenosa. PSL não sofre da doença do cinismo e do fado e ficou sempre com aquela pontinha de ingenuidade que garante a decência. Lembro-me da cilada canalha que um certo presidente, homem mediocríssimo, lhe montou; lembro-me do argumento das "trapalhadas" com que o despediram de forma imunda; lembro-me da guerra sem quartel que o PSD dos cambalachos fez ao PPD do coração. Por tudo isso, e porque PSL parece ser o único cristão da área política que ocupa, o lugar é merecido.