Saturday, May 19, 2012

A face escondida da lua




Há dois ou três anos era o homem renascido, hoje um proscrito diabolizado até ao ridículo, como só os americanos o sabem fazer. Ainda me lembro das "armas de destruição em massa" que serviram para invadir o Iraque e aí implantar uma brilhante era de paz, liberdade e democracia para mil anos. Lembro, também, a guerra libertadora para retirar o Afeganistão da mais soez das teocracias, sabendo que dez anos volvidos a situação é igual ou pior que em 2001: o maior índice de violência do planeta, a maior produção e consumo de ópio per capita, mais a corrupção incontrolável que tira a cada americano 500 dólares por ano. Agora, querem-nos fazer crer que há diferenças profundas entre os Talibãs (a quem querem entregar o poder) e a Al-Qeada. Lembro, também, os bombardeamentos sobre a Sérvia - ministérios, quartéis, estações de televisão, a destruição de todas as pontes do Danúbio, mais fábricas, armazéns, câmaras municipais, estações ferroviárias - e a promessa de um Kosovo "democrático". A tal "entidade" é hoje o mais inseguro dos "estados" europeus e o maior exportador de escravas sexuais do velho continente e a Meca do tráfico ilícito de orgãos para transplante. Lembro que Saddam emulava Caracala e dele se dizia que matava os seus servos em pleno Conselho de Ministros, que possuía uma piscina de ácido sulfúrico para aí lançar vítimas. Não sei porquê, mas o vídeo que hoje nos ofereceram parece contradizer muito do que se diz. Só falta resolver o problema da violada. Lembram-se da fulana que se dizia ter sido violada por dezenas de capangas do negregado tirano e depois foi-lhe diagnosticada esquizofrenia paranóide ? Ou, ainda, o problema da queimada. Tenho a certeza - confirmada por um médico amigo - que a etíope se queimou noutro lugar (ou foi queimada), por exemplo, por um bombardeamento cirúrgico. E quem faz os bombardeamentos ?
Sei que as pessoas vibram com coisas fantásticas; quanto mais fantásticas melhor. Em suma, estórias tão interessantes como a da pobre "mãe solteira, imigrante e africana" ultrajada por DSK. Venham mais novelas gore que os tempos de violência gráfica exigem mais público, mais "afectos" e "causas".