Júris, votações e concursos já pouco me dizem, pois de experiência própria há muito abandonei a cândida ilusão de viver entre gente honesta, inacessível à corrupção, ao favor imerecido e ao mais estreito tribalismo. Num país dominado por pequenas panelinhas e onde, do porteiro ao presidente, tudo está arranjado, não é de espantar que até na blogosfera o grupismo, o comensalismo e a pernada se substituam à emulação da pena. Leio de quando em vez blogues - há coisas bem mais importantes sob o sol - e ainda me espanto com a mediocridade, o analfabetismo, por vezes roncante, outras vezes afectado, dos candidatos a tribunos da plebe, da burguesia da "direita social" e até da estupidez inteligente da intelectualite.
O Combate de Blogues, coisa inventada para dar cabidela a candidatos ao opiniarismo à Marcelo, à Medina Carreira ou à Sousa Tavares - sem graça e com atrevimentos acnosos de adolescente - esquece-se de blogues de ideias, onde diariamente se exercitam a graça culta, a provocação inteligente, se formam e informam leitores. Esses não interessam. O que importa é copiar a Lusa ou a triste crónica da politiquice trampolineira de S. Bento.
Vivemos num tempo medíocre, de medíocres e para medíocres.