Documento filmográfico surpreendente que coloca uma figura histórica em presença. Retirado de Franco, ese Hombre, 25 Años de Paz, com texto e locução de Blás Piñar, não é apenas uma mera peça de propaganda. Oferece o inédito de um Chefe de Estado colocado no centro do palco da história, agindo sob instruções do realizador, como qualquer outro actor. O actor, então caudilho de Espanha, deixa de mandar, submete-se ao papel que lhe atribuiu o realizador, deus ex machina por antonomásia. O documentário, hoje considerado uma obra-prima do cinema documental, permite também outra leitura. Os estadistas aspiram à eternidade, mas sobre eles há forças que sobrelevam a sua capacidade, pelo que saber governar é compreender a transitoriedade e olhar sempre por cima, numa perspectiva transtemporal, a vida da comunidade sobre a qual exercem a sua missão. Franco compreendeu-o. Deixou à Espanha a Monarquia, síntese do passado, agente de unidade e força para o futuro. Outros não o souberam, infelizmente para nós, Portugueses.
O mundo de hoje é diferente. A democracia, a participação cidadã e as liberdades fazem parte do clima civilizacional do nosso tempo. Quem dela se apartar não pode, decididamente, participar na vida pública. Tal não implica, porém, que se subverta a essência pela aparência, que os interesses permanentes da nação se deixem alienar pelo amadorismo, pelas paixões ideológicas, pela incompetência atrevida e pelo improviso. A Europa precisa, de novo, de grandes estadistas - de direita, como de esquerda, pouco importa - homens de missão que se entreguem por uma vida ao pesado sacrifício.
O mundo de hoje é diferente. A democracia, a participação cidadã e as liberdades fazem parte do clima civilizacional do nosso tempo. Quem dela se apartar não pode, decididamente, participar na vida pública. Tal não implica, porém, que se subverta a essência pela aparência, que os interesses permanentes da nação se deixem alienar pelo amadorismo, pelas paixões ideológicas, pela incompetência atrevida e pelo improviso. A Europa precisa, de novo, de grandes estadistas - de direita, como de esquerda, pouco importa - homens de missão que se entreguem por uma vida ao pesado sacrifício.