Saturday, May 19, 2012

7% de brancos e 20% de abstenções

Em França, 7% do eleitorado que ontem acudiu às urnas votou em branco; aquilo a que se pode chamar um acto inédito de recusa (mas não de demissão) perante uma democracia que se foi blindando e oligarquizando a extremos dignos de estudo. A partida de Sarkozy - mais a sua direita plutocrática - não atenua o mal-estar da chegada de Hollande, homem de nomenclatura, sem vida profissional conhecida que nunca terá apanhado o metro, não deve saber pagar a conta de electricidade ou comprar um quilo de bifes. Um percurso igual ao de tantos fulanos: estribeiro de Mitterrand, caudatário de Delors, mufana de Jospin, consorte de Royal, substituto de DSK, tudo indica que se vergará ao primeiro grito de Merkel.
Elogiam-lhe a presidência de Tulle. Contudo, gaba-se nunca ter dormido uma noite nessa ignota municipalidade. No fundo, um entre milhares, cursou o ENA e a Ciência Política (muita teoria sem ponto de aplicação) e tem o desplante de afirmar que "não gosta dos ricos", muito embora seja filho de ricos (o pai, poujadista e amigo do OAS). Tudo como dantes.