Saturday, May 19, 2012

Quando é que os deputados vão para o desemprego?


Debate no Parlamento sobre o desemprego. Discursatas mal lidas e monocórdicas, com a elegância de desabafos na Ginginha do Rossio, gravíssimas falhas de dicção, de sintaxe e concordância, um português vão-de-escadas, umas figuras pouco menos que inexistentes; eles na pragmática do fateco cor-de-rato cinzento, elas a brincar às senhoras; todos de uma pobreza confrangedora deslustrando o sistema representativo e a democracia. Ouvi um homenzinho do PC, que Demóstenes condenaria às galés, mais uma serigaita do BE, uma máquina canora com a elegância de um piaçaba e uma provinciana Barbie envelhecida do PSD metida num embrulho rosa-choque acabado de comprar na loja do chinês da esquina. 
Assim não dá ! O bom do ministro Álvaro até corava de vergonha, por ter de descer tão baixo para ouvir o Povo-Rei. Assim não dá ! Às vezes até tenho ganas de ser ordinário.
A Assembleia só voltará a merecer o respeito quando as lideranças partidárias estabelecerem critérios de qualidade nas listas para deputados. Infelizmente, a preferência é dada aos mais ignaros, aos mais seguidistas, aos mais incapazes. Por outro lado - na AR, como nos ministérios - deviam ser constituídas escolas regimentais destinadas à formação de quadros. Gente que não sabe redigir, desconhece o português básico e não possui a mais chã formação cultural, não pode desempenhar funções. Lembro-me de diplomatas portugueses cuja ignorância ultrapassa a mais liberal das condescendências, como lembro Directores-Gerais, chefes de gabinete de ministros e secretários de Estado absolutamente inclassificáveis.