Saturday, May 19, 2012

O genocídio de que não se fala



Fez ontem 49 anos. Em Oran, no dia em que a França abria mão da Argélia, 3.500 colonos franceses foram abatidos a golpes de machado, empalados, queimados vivos ou simplesmente estrangulados. O comandante da guarnição da cidade recebeu ordens expressas de Paris - ou seja, do falso herói histórico de Gaulle - para não intervir e deixar que a populaça fizesse o trabalho. Cinicamente, o homem que fora o emblema da França YES (França aliadófila) frente à França JA (França colaboracionista), esquecendo-se que devera a esses pieds-noirs a preparação e execução da única campanha francesa digna de nota de reconquista do solo francês durante a Segunda Guerra Mundial (desembarque da Provença), lavava as mãos e afirmou: "Vous imaginez ça ! Les pieds-noirs veulent que notre armée les défende, mais ils n'ont jamais éprouvé le besoin de se défendre eux-mêmes ! "

Começava o êxodo dos pieds noirs. Sairam da Argélia 1.200.000 franceses (ou seja, 10,4 % da população) e entravam os radialistas portugueses da Rádio Argel. Anos depois, os portugueses de Angola e Moçambique teriam a mesma sorte. As histórias que a História não estuda.